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quarta-feira, 30 de maio de 2012


                       O BRASIL DE SEMPRE


        Desde que tomei conhecimento da existência da TV Senado, tenho o costume incontrolável de não tirar os olhos da “telinha” que nos revela o grande e confortável plenário onde  os nossos representantes se sentam em poltronas espaçosas. Só    deixo de assistir aos debates quando o Presidente da mesa encerra os trabalhos do dia ou quando não há trabalhos televisados diretamente de lá.
          Exerço, assim, no recôndito da minha casa, a minha cidadania por não me negar enviar e-mails a alguns parlamentares. Dessa forma, demonstro que sou um fiel assistente a todos os debates que soem acontecer naquela Casa; sejam discursos dos situacionistas ou os dos oposicionistas. Digo-lhes, com tais e-mails: “Estou atento aos seus movimentos; anoto o que dizem; eu os cobrarei, com meu voto.”
          Alguns deles parecem dissociados totalmente dos acalorados debates sobre a atual situação vergonhosa evidenciada nas duas Casas do Congresso, em se tratando de corrupção no Parlamento.
           Sobem às tribunas com assuntos totalmente fora do contexto atual: as passagens aéreas para as suas sedes dentro do país e para o exterior. Porém, estendem o “Trem da Alegria” a parentes, amigos, funcionários e, pasmem, até aos times de futebol! Outras práticas obscenas são geradas pela famigerada “Verba Indenizatória” e, mais recentemente, os Planos de Saúde vitalícios aos senhores senadores e aos que já não o são, engrossados por seus familiares. A última mais recente: a análise de 300 “vetos” presidenciais para votação. Dentre eles, embutido nos esconsos dos muitos vetos de anos, o que dava um sonoro “NÃO” aos reajustes aos aposentados com mais de um salário-mínimo em seus ganhos. Felizmente, o plenário assumiu o seu compromisso com os idosos abandonados e esquecidos pelo governo LULA, que dá uma de “bonzinho” ao FMI com empréstimos de valores que bem poderiam ser canalizados para cobrir aqueles pagamentos previstos na Constituição de 1988.       
           O vergonhoso é vermos como alguns senadores têm pendores às artes cênicas; choram copiosamente quando usam as tribunas para suas defesas ao serem alcançados por denúncias de péssimo uso de imóveis que nós, trabalhadores da ativa e os aposentados, patrocinamos com cinco meses de trabalho ao ano, só para pagarmos impostos. Mas na hora de se expressarem a favor dos injustiçados, ficam em cima do “muro”, dóceis às ordens do Palácio do Planalto. Por aí se vê que nem fedem, nem cheiram, aliás, só fedem!  São uns “dandys” que se defendem, entre si com todo o denodo. Não querem sujar os dedos em suas “imundícies” e nas de seus pares. Jogam água fria na fervura dos pronunciamentos daqueles que lá vão para expor os “podres” do Poder, ou melhor: do Governo! São amorfos. São crisálidas fechadas em seus casulos, ignorando - por quê? - a situação de uma corrupção putrefata que campeia desavergonhadamente na capital da República.

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