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sábado, 31 de julho de 2010

CARTA A AMIGOS GUERREIROS

2010/07/31


Querida guerreira:

Como me sabe bem o gosto de receber suas notícias. Essas de hoje se misturam em graça, seriedade e humor. Você tem o dom de se dar a todos com igual intensidade e amor. Isso faz a diferença entre Te e tantas outras Te, se houver por esse mundo de Deus.
Não canso de dizer aos amigos e parentes que tenho por amiga uma guerreira ímpar - e dois escudeiros que a resguardam a perigos - que não faz corpo mole, que se arrisca e que sabe, quando preciso, ser uma verdadeira diplomata. Sabemos bem e pelo menos eu sei a rivalidade entre esses de camisa amarelas e aqueles camisas vermelhas. Você se coloca bem em meio ao fogo cruzado dessas facções idiotizadas por ódios e suas intolerâncias. Brigam e se trucidam mutuamente sob as advertências
de seres que se acham superiores e adonados do Poder, e dessas almas infelizes.
São irmãos, desejam o bem-estar de suas comunidades, mas de posse de um fuzil se tornam os juízes e os carrascos de si e saem se matando a troco de nada.
Os que estão montados ao Poder é que gostam dessas rivalidades mútuas entre
os de seu povo. Covardes e assassinos com mãos alheias, quando não o fazem por iniciativa própria. Então o mundo se move à direção dessas regiões conflagradas; a mídia do mundo inteiro distorce os fatos, de acordo à maré que assola uma população sofrida, acuada, faminta e sem teto, sem trabalho e subjugada aos interesses internacionais.
Almas putrefatas são os que insuflam ao povo o levante que assume perfil de hecatombe total.
Que pode contra esses escudados, em defesas de seus interesses particulares, um povo faminto e doente abandonado à própria sorte?
Aí chamam as atenções de uma brava guerreira e de seus dois escudeiros, e de outros tantos que crêem na Justiça, no Amor e na Independência das Nações: Fraternidade, Igualdade e Liberdade! Lembrem-se, sempre, da Revolução Francesa, cujos dísticos - gritados pela populaça às ruas da Paris conflagrada e acesa em ódios - acendiam a fogueira da intolerância e das arbitrariedades. Homens e mulheres, crianças e estropiados, entregavam-se ao banquete de sangue!
Nem parece que vivemos no século XXI, nesse pedaço de uma Ásia insensata. Vocês têm em suas mãos, minha querida guerreira, meus irmãos escudeiros e tantos outros heróis anônimos, quase que a solução do destino a essa gente maltratada por aqueles que deveriam por sua Constituição preservar aos conflitos íntimos todos os seus cidadãos. Vocês merecem todos os confortos que ora usufruem em ambientes mais amenos, após tantos descaminhos porque aquele não é o mundo de vocês; não é a guerra de vocês; não é o conflito armados por vocês. Suas mãos estão limpas e inocentes. Os cheiros de pólvoras e dos sangues derramados, não foram vocês que os espalharam; contudo, as dores de um povo milenar vocês souberam ajuntar e carregá-las em seus braços ofertados às soluções humanitárias. Dizer que dos lodos da injustiça e da insensatez possam vicejar flores, não será redundância de sintaxe, mas todas as verdades que vejo nas ações desse grupo coeso que vocês formam como um exército de salvação emergencial. Minhas perorações não poderiam ter a capa de umas simples respostas comuns e supérfluas a amigos ímpares insensíveis aos seus mais íntimos sofrimentos. Não parece nada não é mesmo? Todavia, o mundo não poderá se esconder às dobras do dos acontecimentos, não dando à mínima importância aos que dão o máximo de si para mitigar fomes, pensar ferimentos físicos e espirituais, saciar sedes de justiça e levantar cabeças já pendidas por tantas desesperanças. Meus abraços fraternos a vocês heróis anônimos. Essas minhas palavras são as únicas de reconhecimento que tenho a oferecer a uns bravos aos quais tenho a honra de me dizer e fazer amigo. Abraços.


Morani

quarta-feira, 28 de julho de 2010

REAFIRMANDO COMENTÁRIO

Blog do Morani disse...
sobre poema "Olhar Perdido" de
Rivaldo R. Ribeiro



Meu amigo e irmão:

O que eu digo é com toda a sinceridade. Seria incapaz de tergiversar se o que abordo tem, de fato, a marca indelével da verdade. O dito no comentário anterior vale como chancela de minha admiração pelo seu trabalho, agora em superlativa posição com poemas que valem a pena ler. Também tenho poemas, e muitos, que transformei em livro: "Chá das Cinco". Preparo outro: "Água Fresca de Moringa". A poesia é a arte da Alma; nela entra o que é transcendental ou metafísico, como achar melhor, e a despeito de tocar a assuntos terreais, ligados ao Homem da Terra. Os antigos diziam dos poetas: "São os deuses das letras, os mensageiros do Belo". Tenho um novo termo para os poemas em prosa: Prosemas, depois de algumas meditações a respeito da revolução estética dos sonetos, nanospoema, e poemas. Evoluir é a palavra última em todos os campos intelectuais. Não deveria ser menos à Arte da Alma. E o que eu disse, você faz por merecer. Bem meu amigo, acabo de receber visitas. Encerro por agora essa minha mensagem/comentário. Fique com a Paz do Senhor, você e sua casa. Abraços.
Morani

OLHAR PERDIDO - Rivaldo R. Ribeiro

Olhar Perdido-Poema de Rivaldo R.Ribeiro

Se um dia não houver mais flores...
Não houver mais verde...
Não houver mais água...
Não houver mais homens...


A Terra desolada e inóspita expulsou as pulgas parasitas...
de um mundo maravilhoso que o Pai havia preparado para Seus filhos.
Apenas Seus Filhos!...
Que já nesse tempo não estarão mais aqui...


Parem e olhem um pouco para o céu!...
Parem e olhem um pouco para as colinas!...
Parem e olhem um pouco para os rios!...
Parem e olhem um pouco para as matas!
Como seria se não houvesse tudo isso?...

Nada!
Postado por Rivaldo R.Ribeiro

SOBRE POEMA "OLHAR PERDIDO"

Blog do Morani disse...

Eita meu amigo e irmão Rivaldo! Que belo blog este seu, última criação de uma alma sensível. Poeta... Descobriu o Poeta em seu íntimo de guerreiro? Dizem as lendas que os guerreiros mal tinham tempo para se dedicar às artes. Alguns chegaram heroicamente a dedilhar uma pequena harpa, apesar de seus espíritos combatentes. Davi foi um jovem guerreiro que, face sua combatividade, dispersou os filisteus e se tornou Rei. O amigo consorcia sua combatividade contra os que atentam contra a Natureza e, por isso, contra a Vida, a uma sensibilidade poética antes ignorada por seus leitores. Sempre houve poesia em seus textos, mas, nós, seus leitores, só víamos a alma da luta renhida contra os malfeitores que preferem ver o mundo em chamas sendo corroído pelo poder do fogo. O seu primeiro poema é o espelho de sua Alma imortal jungida à missão do homem guerreiro Rivaldo. Assim desejou o Criador e assim deve o criado tomar sobre os ombros a ardua tarefa de, a todo custo, defender uma das expressões de Deus: a Natureza. Você é o Davi de José Bonifácio e os seus inimigos são o Golias de agora a tudo dispostos, se não houver uma muralha contra eles. Parabéns por seus poemas nesse seu novíssimo blog. Belas mensagens nos trará ainda mais o presente montanhas-azuis-777.blogspot.com. Sucesso e que as visitas sejam uma constante.
30 de junho de 2010 06:57

sábado, 24 de julho de 2010

CARTA A UM ESCRITOR

2010/07/23


Estimado Pedro Maciel:


A Vida em muitas oportunidades se faz de rogada. Às vezes, é possível que nos veja como seus brinquedos prediletos. A Humanidade anda ao sabor dos acontecimentos mais singulares, e vai aos tropeções pelo poderio da evolução.
Seres especiais existem, sim, porém pequeno é o seu número. Esses se galgam patamares mais elevados em suas comunidades, não sobem aos sabores das gentilezas, do apadrinhamento e da sorte. Levantam-se e se alam as alturas pelas forças de suas próprias asas.
Um escritor, a qualquer tempo e a cada canto do planeta, sempre foi um ser avassalado por emoções singulares. Sendo um iniciante, claudica sua confiança, duvida de seu valor, desconfia de sua própria obra. Ele não sabe, quiçá, que está sendo usado pela Vida e pelo Destino, mas as circunstâncias pode-se dizer é como o raio: jamais cai em um mesmo lugar. Daí, a um determinado momento, ele se acha em um labirinto e em outro em uma planície, onde a escolha de caminhos não pode e não deve ser aleatória. Ele escolhe o seu trajeto, fixa-se totalmente nele e escreve, e escreve, e escreve. Alcança a maturidade e se lança a outros horizontes. Ainda assim, sofre diante às indiferenças dos técnicos das casas editoriais; depende de um revisor, de um layoutista e de arte-finalista, de um planejador, de um crítico sério e de um editor disposto a jogar alto em seu trabalho de anos, às vezes. Anelando ou não, as portas se vão abrindo lentamente, e do outro lado o espera aquilo que você chama de “sagração”. À hora de aflição natural não existe mais. Você se construiu sobre alicerce sólido. Sossega seu entusiasmo numa autocrítica necessária. Prevê o final do trajeto sabendo que esse trajeto se consolidou. Você é um vencedor, e sabe e conhece que essa é a sua missão sobre a face da Terra. Não duvida mais, não há tempo para essas comezinhas preocupações. Urge a criação não sofrer solução de continuidade. Há um contrato entre o artista e a Arte, entre o escritor e a editora e entre todos esses e os leitores. E como em um “Happy End” de sonhos realizados, você já não retornará com os pássaros, mas singrará os pastos verdejantes à direção ao Olimpo. Fez por merecer, e ainda que se aventem outras hipóteses nem uma só delas abrigará insinuações malévolas. Uma mão amiga aqui, outra acolá, é sempre de bom alvitre, por que não? Não se pode nem se deve ser uma ilha, mas um arquipélago vicejante de vida.
Em “Terra dos Homens” de Exupéry, Guillaumet resume todo o seu ato heróico e sobre-humano, ao se livrar dos abismos gélidos dos Andes, com uma pequena frase: “O que eu fiz palavra que nem um bicho, só um homem, era capaz de fazer”.
Assim são os escritores, sob o meu ponto de vista: só eles são capazes de recriar a Vida partindo de um ponto – um dos elementos das dimensões – para traçar linhas e emoções. Sucesso a você e saúde a nós. Abraços.

Morani

quinta-feira, 22 de julho de 2010

DESALENTO

Chegado ao tempo maduro, por tantos caminhos percorridos,
reconheço ter-me ferido demais. Eu que a tantos olhos enxuguei
de lágrimas tardias, porém solenes, não tenho hoje
quem enxugue as minhas.
Ouço o relógio do Tempo compassado a soar implacável
na eternidade dos dias e a despertar no homem que sou
as lembranças dos amanhãs e os caminhos a vencer.
Tenho as mãos tão feridas... Já não poderia te acariciar,
e não posso perder mais tempo. Feri-me demais, e tanto
e por tão pouco silencio;
Fecho os olhos.
Durmo.

O SOL EM AREIAS

“De olhos brancos voltados para o Céu: era
o mais infeliz dos cegos: não ver em Areias”

A Bagaceira


O Sol flamejante e saturado de luz branca mais branca do branco,
invadia as taperas. Parecia um calor de incêndio sem remédio, sob os tetos.
A miúda Areias, de longe, refulgia como a cal cinérea, e até o vento se abrasava e, como o sopro de um braseiro, a brisa queimava. O piso era como o fundo escaldante de uma frigideira. As pobres e calcinadas árvores clamavam chuva. Retorciam-se os galhos e pesados de luz soalheira emborcavam ao chão flamejante.
Nem as sombras eram sombras – eram vapores do Inferno! Nem Pegalí se atrevia pisar aquele chão, mas Areias era linda na brancura do casario.
E o cego não via o dourado mais dourado, do dourado Sol sobre as corcovas das mulas.
Até as palmas se eriçavam de calor.
Areias, a humilíssima cidade, descansa, agora, na refulgência de um Sol imperador.